domingo, 17 de janeiro de 2016

Mochilar em Quito e Baños - Equador

 
 
          No dia 22 de dezembro embarquei para mais um mochilão inesquecível: conheci Quito e arredores, pedalei no Parque Nacional Cotopaxi, andei de caiaque na Laguna de Quilotoa, vi e cheguei pertinho do Vulcão Tungurahua (mais ativo da América do Sul) e muito mais. Passei 2015 planejando incluir as Ilhas Galápagos (meu maior sonho) no roteiro, mas com a disparada do dólar ficou inviável. Para ficar 4 dias em Galápagos gastaria mais do que gastei em 14 dias no Equador , ou seja, é muito caro. Foram dias de aprendizado e de encantamento nesse país ainda pouco visitado por brasileiros.


            A primeira coisa que fiz quando desembarquei no aeroporto foi ir até o ponto de informações turísticas para pegar o mapa da cidade e pedir para a atendente me explicar que ônibus deveria pegar para chegar até o endereço onde ficaria hospedada. O pessoal do hostel mandou por e-mail as coordenadas, mas gosto de conversar, pegar dicas e tirar dúvidas pessoalmente. Foi muito tranquilo, peguei 2 ônibus e gastei somente 1,50 dólar; se fosse de táxi gastaria 20 dólares. 
           Fiquei no hostel http://www.elhostelito.com/ Escolhi esse hostel porque gostei das camas, da localização e por ser um lugar muito aconchegante. Nos blogs que li, a sugestão era pra ficar no bairro Mariscal, onde tem muitos restaurantes, festas... mas como gosto de dormir em lugares tranquilos, tenho certeza que fiz a melhor escolha. Estava muito próxima da Avenida da Ecovias onde têm várias estações e isso facilitou muito para andar de ônibus pela cidade. A passagem é muito barata, apenas 25 centavos de dólar.
          
            Quito é a capital mais alta do mundo, a 2.800 metros acima do nível do mar. (Lembrando que La Paz, na Bolívia, é mais alta, mas não é capital). Deixei minhas coisas no hostel e fui logo conhecer um dos teleféricos mais altos do mundo, chegando a 4.000 metros de altitude.
Teleférico de Quito
         Lá no alto é muito frio e você sente muito a altitude, as caminhadas são mais lentas porque a respiração fica mais difícil e o coração acelera. O visual é incrível!
Visual de Quito lá do alto
 
          Lá é possível fazer um trekking até o Vulcão Pichincha, "onde Quito toca o céu" (5.000 metros de altitude). Tem que ter um ótimo preparo físico, ir bem cedo, ir acompanhado, boas roupas para encarar o frio, respeitar o seu limite, entre outras coisas. Resumindo: não arrisque!
 
Caminho para o vulcão Pichincha

          No segundo dia fui para o monumento MITAD DEL MUNDO. É possível ir de ônibus público. É um lugar bacana com pequenos museus. Lá "passa" a tão famosa linha do Equador. A linha do Equador divide o planeta nos Hemisférios Norte e Sul e marca a latitude  00° 00' 00". Dos livros de Geografia para a maravilha de ver e estar ali na metade do mundo!

Mitad del mundo
             Pertinho dali, dá para ver do alto a cratera do Vulcão Pululahua e o Museu do sol.
 
Cratera do Vulcão Pululahua
       O Centro histórico de Quito é um charme: com suas construções, tradição, e ruas estreitas. Mas cuidado: ande sempre com sua mochila na frente e cuide para não chamar a atenção, pois é um lugar onde circulam muitas pessoas e mesmo com o grande número de policiais, é preciso ficar ligado. 
Centro histórico

Praça da Independência - Palácio do Governo
 

           No dia seguinte fui para um dos lugares mais esperados da viagem: Parque Nacional Cotopaxi. Para entrar no parque você precisa assinar um documento sendo totalmente responsável por qualquer coisa que te aconteça, eles explicam que em caso de erupção o alerta é dado com 8 horas de antecedência para dar tempo de evacuar a área de risco. Sonhava em subir o Vulcão Cotopaxi, mas o parque estava aberto há poucos dias porque em agosto o vulcão entrou em erupção e atualmente ele é o vulcão mais monitorado do mundo, porque ao seu redor vivem cerca de 2 milhões de pessoas. Quando era possível subir o vulcão, o custo era em média 380 dólares por pessoa, pois cada guia subia com 1 pessoa ou no máximo duas pessoas. O vulcão estava encoberto, mas valeu a energia do local.
 
Vulcão Cotopaxi ao fundo, encoberto
         Fui com a empresa de turismo http://www.gulliver.com.ec/ Gostei muito. Eles levam as bicicletas para que possamos pedalar pelo parque. Foram 10 km de estrada arenosa e com pedrinhas soltas. Uma aventura e tanto! Fui com um grupo muito animado de indianos. O custo foi de 50 dólares com direito a café da manhã, almoço e o uso da bicicleta.



            Na manhã seguinte fui com a mesma empresa para outro lugar que eu estava muito ansiosa para ver: a Laguna de Quilotoa, na cratera do vulcão. No caminho paramos para conhecer uma família indígena que preserva a casa que era usada pelos antigos indígenas. É impressionante a situação...
Por fora...
 
 
Por dentro. Com criação de cuys

 
                                          40 minutos depois chegamos nessa belezura...
 
Primeira visão da Laguna de Quilotoa
 
                Confesso que a emoção tomou conta e tive vontade de chorar de emoção. Nas fotos parecia algo surreal, modificado por photoshop, mas é muito mais do que vemos por fotos,  é inexplicável!
                Tinha duas horas para descer até a laguna, fotografar, andar de caiaque (se quisesse) e subir para chegar no horário marcado. Achei que daria tempo, mas dai comecei a fotografar e o tempo foi passando...

                  Ao chegar na laguna, vi que realmente era possível andar de caiaque ali. Eu parecia uma criança, estava radiante! Foi sensacional!!!
 
 
            Para subir tinha duas opções: 1 hora de subida caminhando ou pagar 10 dólares para subir a cavalo. Eu queria economizar os 10 dólares e fui subindo, mas quando cheguei na metade do caminho, vi que não teria mais tempo para chegar no horário marcado e como também estava cansada, me rendi e paguei por um cavalo.
 

 
 
             Saímos de Quito às 6:45 da manhã e chegamos por volta das 18 horas. O passeio incluiu um ótimo almoço e um café da tarde. O custo foi de 45 dólares.
 
            DICA: a feira de Otovalo é famosa feira de artesanatos indígenas e fica próxima de Quito. O melhor dia para visitar é no sábado. Eu não fui porque se fosse iria comprar coisas e não teria como ficar carregando, mas para quem gosta de comprar vale a pena e é possível ir de ônibus, gastando pouco.
            DICA: um passeio que eu queria ter feito era o de trem pela Avenida do Vulcões, mas só é feito nos finais de semana e como todos meus dias já estavam comprometidos, não foi possível, mas recomendo. Segue o site para comprar o ingresso: http://trenecuador.com/en/tren-de-los-volcanes-en/
 
 
                                                   No dia 29 fui para BAÑOS...
 
                Para economizar mais 20 dólares, peguei 2 ônibus para chegar até a rodoviária que fica no outro lado da cidade. Tem ônibus que sai de hora em hora, então não é preciso comprar com antecedência. A passagem é barata, custa 4,25 dólares e a viagem dura 3 horas. 
                Baños é daquelas cidades que quando você chega leva um susto por ser bem pequena e estar cercada por montanhas. É difícil imaginar num primeiro momento, que essa cidade te proporcionará diversos tipos de aventuras. Por saber que o vulcão mais ativo da América do Sul, o Tungurahua, está ali, você fica imaginando o que aconteceria em caso de uma grande erupção, na cabeça de uma leiga como eu, até parece que aquilo tudo será atingido, mas os moradores dizem que são protegidos pela santa e que próximo da cidade tem um lugar seguro.
 
Praça de Baños
 
              A cidade é turística e famosa pelas termas de água vulcânica "água santa" e pelos diversos esportes de aventura que é possível praticar ali. Têm vários hostels, fiquei no hostel http://www.plantasyblanco.com/es/  Gostei porque fica bem localizado, fiquei num quarto individual por um preço bom e boa limpeza. 
             Dando uma volta pela cidade você poderá escolher entre as várias agências que oferecem passeios, aluguel de bicicletas e diferentes atividades ao ar livre.
             Minha primeira atividade foi acordar bem cedo e subir por trilha e pelo asfalto para chegar até a Casa del arbol, onde tem o balanço mais famoso do Equador, com vista privilegiada para o Vulcão Tungurahua. Me falaram que era seguro e fui. Foram 2 horas de subida e só encontrei  1 pessoa fazendo o mesmo, pois quase todos sobem de carro, ônibus ou táxi. Queria chegar antes do ônibus para não demorar muito na fila para poder andar no balanço.
 
Casa del Arbol
 
            No final da tarde fui nas piscinas de águas vulcânicas para relaxar a musculatura e  no outro dia fui fazer meu primeiro rapel, foram 3 etapas e foi muito legal!
 
 
 
Logo depois, peguei a bicicleta e fui pedalando até a maior cascata do Equador: Pailon del diablo
Na estrada até lá tem avisos pintados no asfalto e em placas para os motoristas dividirem a pista com os ciclistas
 
Caminho para Pailon del Diablo

 
           Depois de 20 km de pedal, cheguei ao parque. Deixei a bicicleta presa na entrada e desci pela trilha até chegar na cascata Pailon del Diablo, a maior do Equador.
 

 
            Esse lugar fica fora de Baños e para voltar para a cidade têm caminhonetes que levam os ciclistas e as bikes. Custa 2 dólares.
 
             Como era o último dia do ano, fui para o hostel descansar para ter energia para o revéillon. Lá a comemoração é diferente do Brasil: os homens se vestem de mulheres para representar viúvas que precisam de dinheiro para enterrar o falecido (o ano velho). Algumas pessoas saem nas ruas fantasiadas e na virada queimam bonecos. Fui com os amigos venezuelanos para dançar na Salsoteca mais frequentada pelos turistas: a LEPRECHAUN.
 
Salsoteca Leprechaun
            No primeiro dia do ano descansei pela manhã e durante a tarde subi novamente na Casa del Arbol, dessa vez para ver bem o Vulcão Tungurahua, pois normalmente ele fica encoberto. O dia estava lindo.

Vulcão Tungurahua, mais ativo da América do Sul
 
            Os próximos dois dias foram de espera para que o vento diminuísse e para que pudéssemos voar de parapente perto do vulcão.




 
                  Não foi possível voar, mas voltei para a cidade admirando o vulcão durante o caminho. O dia em que vi ele por inteiro!
 
                  Outras opções de aventuras são: rafting, tirolesa, rapel, visitar aldeias indígenas na Floresta Amazônica, curso de caiaque em rio...
 
                  No dia 04 de janeiro voltei para Quito e fui comprar lembrancinhas no mercado de artesanatos que fica no bairro Mariscal. E no último dia fui conhecer e relaxar nas Termas Papallacta, onde tem várias piscinas com águas vulcânicas de diferentes temperaturas. Foram necessários 3 ônibus para ir e mais uma subida com uma caminhonete para chegar lá. Demorou, mas valeu a pena.
Termas Papallacta
           Viajar sozinha é sempre uma grande oportunidade de me conhecer mais, melhorar naquilo que preciso, mergulhar na cultura local, conhecer pessoas de diferentes lugares do mundo, de ser mais humilde e paciente, de descobrir que sou capaz e preciso acreditar mais no meu potencial, de voltar mais simples, sempre desfrutar com sabedoria as maravilhosas oportunidades que a vida nos oferece e continuar sendo determinada para continuar realizando meus sonhos.
         
          Acredite nos seus sonhos também e lute para realizá-los! Somos todos capazes de conseguir o que queremos!
 
 

domingo, 27 de setembro de 2015

Mochilando em Jericoacoara - CE

 Viajar faz tão bem, que passou a ser uma das prioridades na minha vida. Passei a planejar da seguinte forma: nas férias de verão fazer uma viagem maior, para fora do Brasil e nas férias de inverno fugir do frio do sul e ir para o nordeste brasileiro.
Sou tão apaixonada pelo sol, que o primeiro lugar que eu queria conhecer era Jericoacoara, no Ceará, por ser considerado o lugar com o pôr do sol mais bonito do Brasil e também queria muito deitar nas redes da Lagoa Paraíso!
 

Para chegar em Jericoacoara, peguei um ônibus em Fortaleza, da empresa Fretcar e fui até Jijoca de Jericoacoara (6 horas de viagem) e lá embarcamos em uma jardineira, mais 1 hora e meia em estrada de areia.
 
 
Chegar em Jericoacoara de jardineira é uma aventura e tanto. Nada de conforto, mas a paisagem e a aventura compensam.
 

Fui até o Hostel e Pousada Villa Chic (melhor hostel que fiquei até hoje) para deixar minhas coisas e fui conhecer a praia e a duna do pôr do sol.
 

   Por volta das 16:30, as pessoas começam a subir a duna para aguardar o pôr do sol.
 

Realmente ver o pôr do sol na duna é maravilhoso, apesar do vento forte. Foi a primeira vez que vi o sol se pôr no mar. Me encantei!
 

No dia seguinte fui conhecer a Lagoa Paraíso e a Lagoa Azul de buggy. No caminho paramos pra ver a árvore da preguiça.
 
 
Cheguei ao lugar tão esperado: Lagoa Paraíso. Lá você curte o Alchymist Beach Club e a Lagoa Paraíso ao mesmo tempo.
 
 
Definitivamente a melhor época para conhecer esse paraíso é de julho em diante, pois de janeiro a junho chove constantemente e as fotos não ficam tão boas. Eu tive muita sorte e aproveitei dias maravilhosos de sol.
 


   Depois de curtir muito a Lagoa Paraíso, fui para a Lagoa Azul, outro lugar paradisíaco.


 A noite em Jericoacoara é um charme. Tem ótimas opções de restaurantes, bares e  drinks na praia. Eu nunca tinha visto um céu tão estrelado como o de Jericoacoara. Tomar caipira de cajá na praia vendo as estrelas, foi um dos melhores momentos da viagens.


O passeio do terceiro dia foi para Tatajuba. O passeio com diferentes opções: ver cavalos-marinhos...

 

   Descer a maior duna do Ceará...




  E almoçar vendo a chuva de longe!


   Para chegar nesses lugares, é preciso atravessar de balsa.
 
 
E no último dia quis ver o pôr do sol na Pedra Furada. Fui mais cedo, por trilha, para conhecer tudo em volta daquele lugar.
 
 
E para fechar mais um dia lindo, as pessoas começaram a sentar atrás de uma linha para que todos pudessem ver o pôr do sol de uma maneira bem diferente...
 
 
Nessa minha primeira viagem para o nordeste, aprendi a respeitar e admirar ainda mais o povo nordestino. Fui muito bem recebida, as pessoas são carismáticas e as paisagens lindas. Fica minha sugestão de viagem para ser feita entre os meses de julho e dezembro.
 



 
 

sábado, 15 de agosto de 2015

Meu primeiro mochilão sozinha

               Sempre gostei de viajar, conhecer novos lugares e  viver novas aventuras; mas faltava a experiência de viajar sozinha para um outro país. Também queria me conhecer melhor, ver se eu daria conta de ficar 15 dias conhecendo algumas cidades chilenas sem que nada de mal me acontecesse. 
              Cheguei em Pucón no dia 19/12/12 e me encantei com a cidadezinha, ali eu viveria  a maior aventura da viagem: subir o Vulcão Vilarrica.

 


             Fui conhecer a cidade e escolher uma agência de turismo para poder subir o vulcão.
            Subi no dia seguinte: foram 5 horas e meia de subida e com temperatura negativa. Passei muito frio, mas foi inesquecível.
 
Estava radiante de tanta felicidade.

Quem achou que subiria um pedaço de teleférico, se deu mal.
 
Parada para o lanche
 
A cidade estava cheia de turistas que estavam esperando o tempo melhorar para poder subir.

Prendendo bem os grampones para continuar a subida.

Meu primeiro e grande desafio foi inesquecível!!!
 
              Depois de descansar da subida e relaxar nos poços de água vulcânica, decidi antecipar a ida para Santiago, pois a previsão do tempo para Pucón não era boa. Eu e o amigo que conheci na subida do vulcão, passamos um dia em Temuco e chegamos na noite do dia 24 em Santiago, onde passamos a ceia de natal no hostel, comendo pão com patê e preparando o mochilão para passar o dia de natal atravessando a Cordilheira dos Andes.


              Depois de 7 horas de travessia, chegamos em Mendoza, deixamos as coisas no hostel e alugamos bicicletas. Vimos cenas engraçadíssimas pelas ruas da cidade e conhecemos o principal parque da cidade.


 

Parque San Martin

            No dia seguinte voltamos para Santiago, novamente pela Cordilheira dos Andes e subimos o Cerro San Cristóbal (ponto mais alto da cidade) e o Cerro Santa Lucia.
 Cerro San Cristóbal - Santiago


              Meu grande amigo, que conheci durante a viagem, voltou para o Brasil, mas minha viagem continuou. Conheci mais brasileiros no hostel onde eu estava hospedada e combinamos de ir no outro dia para Valparaiso e Vinã del Mar. Na ida, um chileno sentou do meu lado e começou a me explicar sobre lugares para conhecer lá. Ele acabou sendo nosso guia.
 
 Viña del Mar

 Voltando para Santiago


E no último dia do ano de 2012, fui dar mais uma volta em Santiago
 
             A festa de despedida de 2012 foi no hostel com uma galera muito animada.Para celebrar o ano que estava iniciando, fomos ver os fogos de artifício na principal avenida da cidade. Foi demais!!!

                  Essa viagem transformou minha vida: fui sozinha e voltei com muitos amigos. O mochilão recheado de lembranças, eu me valorizando ainda mais e me sentindo muito feliz por ter conseguido fazer uma viagem que foi muito além do que eu esperava. Desde então, prefiro viajar sozinha para sempre viver com muita intensidade cada momento e conhecer pessoas do mundo inteiro!